Crianças do 5º ano criam seus países ideais
Oficina realizada pelo ex-aluno Flávio Prol desafiou alunos a organizar um sistema de governo.
Se você pudesse criar o país ideal, como ele seria? Haveria eleições? Como seriam? Todos os habitantes poderiam votar? E as regras, quem as criariam?
As crianças do 5º ano tiverem a chance de propor possibilidades de organização administrativa para um país concebido por elas, em uma oficina realizada pelo ex-aluno Flávio Prol.
Em grupos, os alunos criaram bandeiras e responderam perguntas sobre os habitantes, as leis, o modelo de governo e o território que comporiam seus países. Enquanto discutiam e tomavam decisões, eles foram construindo seus próprios Estados-nação.
“Por meio do jogo, eles passam a entender melhor que sociedades modernas, como a brasileira, costumam se organizar politicamente diferenciando poderes em instituições distintas (executivo, legislativo e judiciário), com funções que também variam (criação e implementações de leis, julgamentos de potenciais infrações…) e a respeito de eleições e limites ao exercício do poder”, explicou Prol.
Como resultado, as crianças apresentaram seus países, alguns eram fictícios e fantasiosos, outros baseados em países reais e outros ainda buscaram seguir quase completamente um modelo de um país já existente.
Para a coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental I, Anegreice Valério, “foi uma experiência impactante para os alunos. Eles se depararam com o desafio de pensar de forma completamente livre para estruturar um ‘sistema de governo’. Desde a definição de quais seriam os habitantes do país que criaram à decisão sobre que direitos cada um teria (todos teriam os mesmos direitos?), passaram por várias polêmicas durante a atividade, como a pena de morte, por exemplo. Agora, teremos uma eleição: os alunos elegerão o país que consideram ideal para viver!”.
Prol comentou as decisões dos grupos, fez novos questionamentos e expôs detalhes de diferentes modelos de governo, em diferentes lugares do mundo, além de retomar eventos históricos. Durante todo o processo, elas foram convidadas a pensar nas consequências de suas decisões e chegar às suas próprias conclusões, sem certo ou errado. “Isso pode permitir o desenvolvimento do senso crítico e da autonomia, tão importantes para a vida cidadã dessas crianças, e torná-las mais independentes das posições de outras pessoas”, finalizou o ex-aluno.
Flávio Marques Prol
Doutor, Mestre e Bacharel em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, pelo Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito. Pesquisador Associado do Núcleo Direito e Democracia do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP). Foi Visiting Researcher no Institute for Global Law and Policy na Harvard Law School (2016/2017) e Fox Fellow na Universidade de Yale (2013/2014). Bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) – Sociologia Jurídica (2008/2011).
Atualmente, Flávio está na Fundação Lemann, onde é coordenador e atua diretamente em um programa cujo propósito é o fomento ao uso de tecnologia nas escolas públicas.